quinta-feira, 23 de março de 2017

eu na verdade tenho 15 anos

escravoceta

maratona frívola
de colecionismo erótico:
um mito neurótico

quarta-feira, 22 de março de 2017

mau aspecto da lua em ♏ na casa 4 ou relato de um delírio de ciúme obsessivo egodistônico em um neurótico narcísico

que vontade de invadir sua privacidade
em todos os sentidos que isso pode ter:
rasgar, virar do avesso sua realidade
e ser dono de tudo o que existe em você 

você é minha! incinere toda a saudade!
apague rastros de qualquer outro prazer
além do que te dei: te quero propriedade
num consentido monopólio do seu ser 

sinto demais, e sinto dor por sentir tanto
e com tanta cobiça e tanta perversão
— com meu zelo te infecto, destruo e mato 

culpo a infância, os astros, o karma, algum quebranto:
motivo tem pra que eu — maldita obsessão —
só toque as cordas da minha lira com vibrato

umbigo do sonho

fitam-me pétreos seis viris espectros
de bustos simétricos ombro a ombro
bizantino afresco de incertos traços 
monstros feitos da mesma substância
com que os pesadelos fazem as pedras
escuras massas de expressões​ serenas
é no fundo do meu olho que encaram

slam

só conscientizando
os que já têm consciência
pra parar pra ouvir

caridades II

cuidar de si é a atitude mais altruísta
que você pode tomar por quem você ama

anular-se pelo outro é só uma carência
egoísta disfarçada de caridade

virya II

você​ tem coragem de parar em silêncio?
você tem força pra sustentar a atenção?
você tem competência pra se obedecer?

o que é que há por trás da mais profunda quietude?
tenha intimidade com seu próprio silêncio
— para estar consigo mesmo não se paga nada

jogue sua covardia no ralo mais próximo
observe-se a si mesmo a cada minuto
mantenha em tempo real tudo resolvido 

virya

aconchegar-se torta e preguiçosamente
na cadeira é o primeiro passo em direção 
à atitude preguiçosa diante da vida

entregar-se às delícias do conforto imóvel
desvia a mente do vigor sereno e atento
daqueles que têm a consciência desperta

o repouso justo e tranquilo é diferente
da atitude molenga de entrega covarde
à inércia passiva de ver passar a vida 

o fútil
toca o f
pro útil

midcult

você já leu isso?
li. li. não li. li. vou ler.
ê povo que fala  

toc

a covardia criativa
de quem só consegue compor
em grid modulado