sábado, 26 de setembro de 2009

Quando em pensamento há a ideia supérflua de que está tudo bem, algo nos atinge no subconciente formando uma contradição. E essas contradições que vão surgindo são toda a negatividade de coisas ruins que acontecem mas deixamos passar, deixamos pra lá. Tem uma hora, que de repende, tudo isso que você acumulou vai transbordar, e pensamentos com a velocidade de raios vão estalar na sua mente, todos eles mostrando caminhos diferentes, nenhum com alguma saída pra você se salvar... aí ocorre a tempestade cerebral. Então quando você acha que nada mais tem jeito, de repente você entende que tudo que a vida nos traz gera um aprendizado e que nada é à-toa. E que as coisas ruins vão embora quando aprendemos a lidar com elas, e não quando fugimos delas. Que muitos pontos finais vão virar reticências, que quando achamos que temos todas as respostas, mudam-se todas as perguntas, e que ter fé é uma das melhores dádivas que o ser humano pode usufruir.

Refletindo sobre isso, descobri que vou continuar aceitando, confiando e agradecendo, que meu caminho é iluminado, e sou eu que escolho a trilha. Que muitos momentos como esse retornarão, e com cada um deles vou saber levar algo. E eu descobri pricipalmente que o amor, e que um abraço de quem a gente sente que é sem espaço superam qualquer todo, qualquer tudo, e qualquer nada.

Satisfação e refrigerante

Querer a felicidade como uma fonte fluindo o tempo todo é um largo corredor no caminho da frustração. Ser feliz, antigamente, era uma ocasinalidade, uma bênção, uma recompensa, como refrigerante nos anos 70: "antigamente a gente não tomava coca todos os dias não, era só de fim de semana com a família junta e olha lá!", minha mãe dizia. Hoje em dia, qualquer pessoa toma coca a qualquer horário, bem como a felicidade se tornou uma necessidade básica. Impuseram essas duas coisas às pessoas, sempre visando o lucro. Mas não, não precisamos de coca nem de felicidade o tempo todo, e é uma burrice auto-destrutiva se frustrar na falta de um dos dois.
Tomar coca me dá mais sede ainda... *reflexões profundas*

terça-feira, 22 de setembro de 2009

E apesar de toda utopia estar longe...posso alcança-lá só de ter no pensamento, a idéia de que quanto mais caminhar, mais perto estarei.
Acabo então sendo apenas mais uma pequena parte de um imenso todo. Mas de que vale generalizar? O essencial é nunca deixar de imaginar, e acreditar que lá ao longe, a perfeição está.
A distância já não importa. Eu estou onde gostaria de estar, e posso pirar nas mais loucas idéias. Pensamentos que almejam liberdade de expressão, mas que na verdade são livres por si só. Pois não é necessário nenhum meio para se pensar. Somos independentes e livres para confabular, julgar, sonhar e fantasiar.
Meu corpo só é prova de que meus atos podem ser tão significativos quanto minhas juras e promessas. Mas não existe nada que seja mais sincero do que um mero pensamento, pois ele é o que é, sem cortes ou edições.

Um garotinho atrapalhado

E o garotinho perdido andava na rua, sozinho, com um vidro de mel na mão esquerda e uma revista na direita. Suas costas razoavelmente corcundas evidenciavam sua baixa auto-estima. Andava de um ponto a outro, mas não em linha reta. Sabia que estava voltando pra casa, sabia o caminho, conhecia todo mundo em volta, mas estava perdido.

Chegou em frente à sua casa, olhou pra ela, tocou a campainha e, nesse exato momento, foi assaltado por uma dúvida que realmente o assustou: era mesmo essa sua casa? Sim, era, mas estava realmente digna de desconfiança.

O garotinho teve um leve ataque de Síndrome de Truman. Essa é uma doença que me preocupa pela velocidade com que se impregna na sociedade. Hoje em dia é tudo culpa da mídia, culpa da mídia... Não ocorre pensar que são só publicitários fazendo campanhas com base em conceitos-chave e metáforas? Uma propaganda de Rollex não é racista só por que tem um coroa branco de olhos claros jogando tênis, nem uma propaganda de cerveja é satânica só por incentivar subliminarmente o sexo, a vadiajem, a farra. Publicidade é isso, 171 puro. Mas o garotinho não pensa em ser publicitário.

Ele sabe qual profissão vai seguir: qualquer uma em que não precise ajudar ninguém. Médicos salvam vidas, professores ensinam pessoas, advogados ajudam pessoas, eletricistas ajudam pessoas, mecânicos ajudam pessoas, bombeiros ajudam pessoas... são favores em troca de dinheiro. O garoto perdido não quer entrar nessa engrenagem capitalista (não desse jeito). Em que profissões ele pode se encaixar? Fórmula 1?

O garotinho se deixa levar pelos seus eus, suas máscaras, sua imagem. O maior erro da sua adolescência foi basear-se no que os outros acham dele para criar sua própria identidade. Resultou num grande vácuo, uma alma presa num ego vaidoso. Tudo isso por que faltou referência. Ah se ele soubesse como o mundo é grande... se ao menos imaginasse que existem seis bilhões iguais a ele nesse mundo, cada um com seu mundinho, suas certezas, referências. Será que ele já parou pra pensar que "eu" é só um ponto de vista diante do mundo? Cada um só tem um "eu", por isso dão tanta importância assim. Talvez todos devessem desenvolver um pouco mais o desprendimento, se desapegarem do "eueueueueueueueueueu" e olharem para si mesmos do ponto de vista do universo: um grãozinho de poeira, um nada no meio do todo. E a partir daí, pensarem "pra que isso serve? No que essa pessoa pode ser útil pro resto?". Quem pensa assim não se envaidece com um parabéns nem se desarma com um elogio. Mentira, elogios sempre desarmam. Almas desapegadas do ego são mais produtivas e ativas, pois não se prendem a vontades fúteis, mimos, preguiça, raiva, inveja, ciúmes, lascívia, soberba, enfim - tudo o que o padre fala que é errado sentir. Tudo isso gira em torno do egoísmo! E egoísmo, como o próprio nome diz, é o culto ao si mesmo, é se considerar mais que alguém só por você ser você e o outro não. "Dispa-se do ego e seja feliz", alguém importante disse isso.

Um dia esse garotinho vai entender tudo. Vai sentar numa cadeira, sentir a cadeira, olhar em volta, ver as coisas, cada coisinha, saber que são átomos amontoados e se fascinar com a ideia de que são átomos amontoados. ÁTOMOS! Sabe o que é um átomo? O que tem dentro dele? Um dia nosso amigo vai olhar pro céu e saber que o infinito sempre se apresentou pra ele na forma de um plano escuro com pontinhos cintilantes. Ele vai sentir um vazio perturbador quando se deparar com esse infinito, e daí vai brotar uma humildade sincera que mudará seu conceito sobre vida, sua postura diante do mundo e todos os seus sonhos a longuíssimo prazo.

Mas enquanto esse dia não chega, ele segue, perdidinho, seguindo scripts, regras, imposições, formalidades, opiniões e preenchendo o vazio com alegrias fugazes. Vou chamar o garoto de Joãozinho... nada mais justo, não é? Joãozinho chegou em casa, comeu aqueeeele pão com mel e margarina e depois se deliciou com uma coca totalmente sem gás que o fez arrotar misteriosamente. Ele não sabe o que pensar sobre isso.

domingo, 6 de setembro de 2009

Engarrafando um devaneio

Domingo de manhã, quase hora do almoço, clima chuvoso, friozinho delicioso, o dono da casa hibernando, irmã mais nova assistindo Friends na sala, computador sem internet e uma tranqüilidade preguiçosa me invadindo toda vez que lembro que amanhã é feriado.

São nesses dias assim que as pessoas se ensimesmam, param para pensar no sentido que essa próxima semana tomará, no que seria bom fazer, no que seria o certo a fazer, nos porquês. Acabamos refletindo sobre a vida, mas maioria mal se dá conta disso. Alguns sentem a necessidade de exteriorizar essas reflexões, pois guardá-las para si só serviria para azedar.

O que fode são os bloqueios que impedem que o pensamento se concatene com o mundo perceptível, impossibilitando representações de ideias por meio dos símbolos que todos conhecem, como a escrita, por exemplo. Mas essa habilidade de transformar o abstrato em algo inteligível pode ser desenvolvida com treino.

Tenho um macete: não considerar nenhum pensamento como algo em vão, mas sim como um produto único, resultado de uma mistura fina de tudo o que já foi vivido, experimentado e aprendido, passando pelo crivo de sua mente, sendo aquecido pela imaginação e destilado por seu raciocínio lógico. O resultado é uma pequena dose de pensamento, parecido com muitos outros, mas ímpar, inédito.

É importante engarrafar e nomear cada pensamento desses, se não eles se evaporam, se dissipam no esquecimento. É muito construtivo quando essa produção se torna uma rotina: esses frascos começam a seguir uma linha de produção e são distribuídos gratuitamente (hoje em dia, isso equivale ao blog, fotolog, orkut, twitter). Para alguns, isso pode ser terapêutico, tanto para quem os produz quanto para quem os consome. Pois o que é uma simples ideia por acaso para uma pessoa pode ser uma luz no fim do túnel para outra.

Não há compromisso nisso, e não se pode esperar algo em troca. É um altruísmo, o mais puro ato cristão. Espero realmente que essas palavras sejam úteis, sejam lidas por alguém, não passem despercebidas. Mesmo que uma só pessoa entenda, é ela que vai dar à mensagem o valor que eu queria que esta tivesse. É só isso que importa, realmente.

sábado, 5 de setembro de 2009

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Associação livre

China / cachorros / Marley / reggae / ganja / crack / Witney Houston / guarda-costas / porta-malas / carro / fusca / alemanha / Rammstein / pé / artes / guarulhos / escola / quadras / quadrado / triângulo / pitágoras / grécia / esparta / Rodrigo Santoro / carandiru / parque da juventude / negros / Obama / esperança / Hope / hip-hop / Mc Créu / sexo / vagina / maçã / Eva / WALL-E / capitalismo / países emergentes / China

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Queres ser o meu sonhador acordado?

Para viver na Terra não precisa de fato estar nela. Acredite que nos sonhos a existência será mais sólida do que poderia, porque você pertencerá a algo confiante, onde não há intrusos com suas outras teorias, e tudo aquilo será seu. Estes pobres que só vivem sentindo onde pisam esquecem que a vida não deve ser presa a nada, e sim livre para poder sentir as demais matérias que nos pertencem. Se tu quiseres ser o meu sonhador acordado, poderemos imaginar o que quisermos, e não precisa de palavras para descrever, nós veremos em nossas mentes. Absorveremos a natureza, tatearemos a nossa alma e atravessaremos as cortinas que limitam o desconhecido.