domingo, 6 de setembro de 2009

Engarrafando um devaneio

Domingo de manhã, quase hora do almoço, clima chuvoso, friozinho delicioso, o dono da casa hibernando, irmã mais nova assistindo Friends na sala, computador sem internet e uma tranqüilidade preguiçosa me invadindo toda vez que lembro que amanhã é feriado.

São nesses dias assim que as pessoas se ensimesmam, param para pensar no sentido que essa próxima semana tomará, no que seria bom fazer, no que seria o certo a fazer, nos porquês. Acabamos refletindo sobre a vida, mas maioria mal se dá conta disso. Alguns sentem a necessidade de exteriorizar essas reflexões, pois guardá-las para si só serviria para azedar.

O que fode são os bloqueios que impedem que o pensamento se concatene com o mundo perceptível, impossibilitando representações de ideias por meio dos símbolos que todos conhecem, como a escrita, por exemplo. Mas essa habilidade de transformar o abstrato em algo inteligível pode ser desenvolvida com treino.

Tenho um macete: não considerar nenhum pensamento como algo em vão, mas sim como um produto único, resultado de uma mistura fina de tudo o que já foi vivido, experimentado e aprendido, passando pelo crivo de sua mente, sendo aquecido pela imaginação e destilado por seu raciocínio lógico. O resultado é uma pequena dose de pensamento, parecido com muitos outros, mas ímpar, inédito.

É importante engarrafar e nomear cada pensamento desses, se não eles se evaporam, se dissipam no esquecimento. É muito construtivo quando essa produção se torna uma rotina: esses frascos começam a seguir uma linha de produção e são distribuídos gratuitamente (hoje em dia, isso equivale ao blog, fotolog, orkut, twitter). Para alguns, isso pode ser terapêutico, tanto para quem os produz quanto para quem os consome. Pois o que é uma simples ideia por acaso para uma pessoa pode ser uma luz no fim do túnel para outra.

Não há compromisso nisso, e não se pode esperar algo em troca. É um altruísmo, o mais puro ato cristão. Espero realmente que essas palavras sejam úteis, sejam lidas por alguém, não passem despercebidas. Mesmo que uma só pessoa entenda, é ela que vai dar à mensagem o valor que eu queria que esta tivesse. É só isso que importa, realmente.

Nenhum comentário:

Postar um comentário